Simuladores

Para aplicações práticas, os modelos de crescimento e produção devem ser implementados em programas de computador com interfaces amigáveis - os simuladores.

Os simuladores florestais ou agroflorestais são ferramentas baseadas em modelos de crescimento/processos que permitem predizer a longo-prazo a evolução de um povoamento sob diferentes cenários de gestão, política e/ou clima (Tomé e Faias 2011).

Os simuladores podem ser desenvolvidos para aplicações a diferentes escalas, desde o povoamento, à área de gestão, a uma paisagem, ao país, ou mesmo ao globo. Os simuladores do povoamento aplicam-se a um povoamento – área contígua considerada homogenea do ponto de vista da composição e estrutura – enquanto os simuladores da área de gestão se destinam a um conjunto de povoamentos sob um plano de gestão comum. Ambos têm como objectivo dar resposta às necessidades dos gestores e proprietários florestais, permitindo tomar decisões acerca do uso do solo, escolha de espécies florestais e gestão florestal ou agroflorestal. Os simuladores também podem ser aplicados ao nível de uma paisagem (por exemplo, bacia hidrográfica), neste caso com maior enfase na análise do impacto de alternativas de gestão/cenários climáticos em vários indicadores de sustentabilidade da floresta. Por sua vez, os simuladores regionais, destinam-se à administração publica e aos politicos e têm como objectivo dar apoio na tomada de decisões no que respeita à definição de politicas através de legislação e ao estabelecimento de planos de incentivos e subsídios. A tomada de decisões a este nível condiciona a tomada de decisões por parte dos proprietários e gestores e deve ter sempre em conta as necessidades da sociedade e da indústria.

Os simuladores organizam-se em diferentes módulos, sendo o módulo de crescimento a componente central de qualquer uma destas ferramentas. Este módulo tem como função atualizar o crescimento para o instante seguinte do tempo. Por sua vez, o modulo de calculo permite estimar um conjunto de variáveis ao nível da árvore ou do povoamento para o mesmo instante do tempo. Os simuladores predizem a madeira, a biomassa e o estado da floresta podendo ainda fornecer, ao longo do tempo, estimativas de produtos não florestais, como a cortiça, e serviços do ecossistema. Para além de terem em conta a gestão florestal ou agroflorestal, as simulações são geralmente afetadas por outras variáveis cuja implementação na ferramenta é geralmente feita através da criação de diferentes módulos: módulo de gestão, módulo de riscos, módulo de alterações de uso do solo, módulo de procura de madeira/biomassa (Barreiro e Tomé 2017).

Os simuladores do povoamento permitem prever a evolução de um ou mais povoamentos segundo um determinado modelo de gestão que pode variar de povoamento para povoamento. Geralmente, utilizam como input informação resultante do inventário florestal. Este tipo de simuladores permite, por exemplo, apoiar a preparação de planos de gestão florestal ou agroflorestal.

Neste momento a plataforma sIMfLOR integra simuladores do povoamento as espécies Sobreiro (Quercus suber) – SUBER - e Eucalipto (Eucalyptus globulus) – WebGlobulus, bem como um simulador de largo espetro StandsSIM que permite fazer simulações para diversas escalas espaciais ao nível do povoamento para as espécies Eucalipto (Eucalyptus globulus), Pinheiro-bravo (Pinus pinaster) e Pinheiro-manso (Pinus pinea).

Os menus à esquerda permitem consultar mais informações sobre cada um dos simuladores.

 

Referências:

Barreiro S, Tomé M, 2017. Projection Systems in Europe and North America: Concepts and Approaches, In: Barreiro S, Schelhaas MJ, McRoberts RE, Kaendler G (eds) Forest Inventory-based Projection Systems for Wood and Biomass Availability. Managing Forest Ecosystems, vol 29. Springer, Cham pp.25-45 http://dx.doi.org/10.1007/978-3-319-56201-8_3

Tomé M, Faias S, 2011. Report describing the regional simulators and the European simulator. EFI Technical Report 69. European Forest Institute, Finland, 65pp

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