CorkNeighbors
Título: Estudo e modelação da interação de sobreiros com a vegetação circundante
Duração: Julho de 2016 a Junho de 2019
Financiamento FCT: PTDC/AGR-FOR/4352/2014
Coordenadora do ISA: Margarida Tomé
Resumo: A interação planta-planta influencia fortemente a dinâmica da comunidade vegetal e a estrutura do ecossistema. Isto é particularmente verdadeiro em montado de sobreiro, um sistema complexo que inclui uma ou mais camadas de vegetação natural ou plantada no subcoberto. Os dados serão recolhidos em conjuntos de parcelas especificamente estabelecidas para este projeto. Os locais serão escolhidos em situações contrastantes, estabelecendo-se em cada local conjunto de parcelas às quais serão aplicados tratamentos distintos: com ou sem mato, com ou sem pastagem, com ou sem fertilização, ou outras operações de gestão com impacto nas interações individuais.
O objectivo não é apenas medir o efeito da competição local no crescimento, mas também contribuir para a explicação dos mecanismos subjacentes. O resultado operacional será a inclusão da interação entre os sobreiros e a vegetação circundadente no modelo SUBER, utilizado pelos gestores florestais como apoio ao planeamento da gestão. Esta melhoria do modelo foi identificada como prioritária pelos gestores florestais nos workshopos de divulgação do modelo realizados nos últimos anos.
Assistentes de Investigação:
Paulo Firmino, Sandra Veloso, Xavier Lecomte
TAREFAS
1. Planeamento, coordenação e disseminação
Responsável: Margarida Tomé.
Descrição da tarefa:
Uma boa coordenação das várias actividades a ser encarregadas durante o projeto é a base para o sucesso. O desenvolvimento do projeto será encarregado como um conjunto de actividades planeadas com um objetivo bem definido, período de tempo, critério de aceitamento e riscos envolvidos, que serão todos definidos no início do projeto (Reunião de início).
2. Estabelecimento e caracterização das parcelas
Responsável: Sónia Pacheco Faias.
Descrição da tarefa:
Numa situação ideal, serão estabelecidas em cada local, 4 parcelas: Sem mato; Com mato; Mato+Pastagens; Mato+Leguminosas. A área da parcela dependerá da densidade do povoamento, tentando incluir pum númro de árvores por parcela, que permita a constituição de Grupos Comparáveis de Árvores (GCAs). Estas árvores serão alvo de uma monitorização intensiva, com aplicação de fitas de dendrometros à altura do peito e medições mensais. Cada local será caracterizado ao nível do solo. Dados climáticos (mensais) das estações climáticos mais próximas serão recolhidos a partir do Instituto Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) para cada local.
3. Monitorização do crescimento das árvores amostradas e da vegetação na sua vizinhança
Responsável: Joana Amaral Paulo.
Descrição da tarefa:
O crescimento das árvores será monitorizado de uma forma diferente entre povoamentos adultos e juvenis. Em povoamentos adultos, fitas de dendrometros serão instaladas à altura do peito de cada árvore a um GCA. Em árvores juvenis, serão medidos a altura total e o diâmetro da base, na fase da instalação e no final de cada ano de monitorização. Os dendrometros serão monitorizados mensalamente e o desenvolvimento do subcoberto avaliado. Serão usadas avaliações não destrutivas (percentagem de cobertura e altura) e destrutivas, que serão realizadas em locais específicos com o objetivo do desenvolvimento de equações de predição de biomassa de subcoberto. Além disso, serão feitas observações fenológicas nas árvores e vegetação de sobcoberto.
4. Efeito do subcoberto no uso da água e nutrientes da árvore
Responsável: Maria da Conceição Caldeira.
Descrição da tarefa:
O estado hídrico das árvores será avaliado em cada parcela pela medição sazonal do potencial hídrico de madrugada e ao meio-dia em cada parcela usando uma bomba de pressão de Scholander nas folhas de pelo menos cinco árvores em cada parcela. O teor de água do solo será medido periodicamente com equipamento de humidade de solo PR1 (Delta-T). Isotopos de carbono e oxigénio serão medidos em folhas das árvores para determinar a eficiência do uso de água como um indicador de limitação da água para o crescimento. Para avaliar o efeito dos tratamentos no uso dos nutrientes pelas folhas, 5 árvores serão amostradas em cada parcela. Essas foram serão secas a 65ºC e moídas e analisadas ao total de C, N e P. As amostras de solo serão analisadas para C, N e P. Isotopos estáveis de azoto serão medidos em folhas para avaliar as fontes de azoto.
5. Modelação e interpretação da competição
Responsável: Margarida Tomé.
Descrição da tarefa:
Os dados obtidos do projecto serão usados para estimar, para cada árvore, vários índices de competição especial dos tradicionais – baseados no tamanho e distâncias dos vizinhos, indices de sobreposição de área, indices baseados no aumento de espaço ou área potencial disponivel, horizontal ou vertical (métodos de tecelagem) – para indices baseados na teoria do campo ecologico ou campo de vizinhança. A competição será modelada separadamente para cada recurso e a metodologia proposta poderá diferir entre os recursos. A analise estatística abrangerá correlações simples das medidas de competição com o crescimento, regressões multiplas incluindo dimensões da árvore, variáveis de povoamento, vários indices de competição, modelos de crescimento da árvore de modificador do tipo potencial X, em que um ou vários modificadores serão expressos na viabilidade dos recursos. A análise pode também ser complementada com o uso de modelos de crescimento da árvore de base fisiológica/híbridos.
6. Transferência de resultados para aplicações práticas
Responsável: João Palma.
Descrição da tarefa:
O objectivo da tarefa consiste na transferência do novo conhecimento obtido com o projeto para a gestão operacional da floresta. Isto será conseguido através da implementação dos resultados num modelo de crescimento florestal já existente, o modelo SUBER. Os resultados conseguidos permitirão uma actualização e a possibilidade de melhorar o modelo ao fazer o crescimento das árvores responder aos diferentes tipos de subcoberto. O modelo SUBER será então usado para comparar esquemas alternativos de controlo de matos e usos alternativos de subcoberto.
RELATÓRIOS
Relatórios de progresso:
Ano 1 (Julho de 2016 a Junho de 2017)
Ano 2 (Julho de 2017 a Junho de 2018)
ARTIGOS CIENTíFICOS
Faias S.P., Paulo J.A., Palma J.H.N., Tomé M., (2018). Understory effect on tree and cork growth in cork oak woodlands, Forest Systems 27(1). http://dx.doi.org/10.5424/fs/2018271-11967
COMUNICAÇÕES
Paulo, J. A., Faias, S. P., Firmino, P., Tomé, M., (2017). Impacto de diferentes alternativas de gestão na biomassa do subcoberto e no crescimento da árvore e da cortiça. Centro de Estudos Florestais (CEF) conference from research to practice. Subject: The Role of Agroforest Management Practices in the Prevention and Recovery After Fire in Montado. Organization: CEF and ANSUB. 23rd November 2017. Grândola. http://hdl.handle.net/10400.5/14412
Faias S.P., Paulo J.A., Tomé M., (2017). Competition pattern in young cork oak stands. IFORS, Quebec city (Canada) 17-21 July. Abstract
Faias S.P., Paulo J.A., Tomé M., (2017). Competition pattern in young cork oak stands. International congress on cork oak trees and woodlands: Conservation, Management, Products and Challenges for the Future, Sassari (Italy) 25-26 May. Abstract
Faias S.P., Paulo J.A, Tomé M., (2017). Tree diameter growth model for cork oak stands in Portugal. International congress on cork oak trees and woodlands: Conservation, Management, Products and Challenges for the Future, Sassari (Italy) 25-26 May. Abstract