Pragas e Doenças Emergentes em Sistemas Florestais

Apresentação

Ciclo de Sessões Da Investigação à Aplicação

Foram divulgados no passado dia 8 de Junho de 2017 os resultados da investigação mais recente do CEF na área do combate às pragas e doenças que afectam a floresta portuguesa.

Tem-se registado nas últimas décadas um aumento e diversificação de problemas com pragas e doenças nas nossas florestas, assim como em árvores urbanas. Um fenómeno com consequências por vezes dramáticas na sua gestão e sustentabilidade. Daqui resultam avultados impactos económicos e sociais.

Esta tendência tem origem, em parte, em processos de invasão de espécies de pragas e patogénicos não nativos, para as quais os nossos ecossistemas não têm agentes de regulação natural, como é o caso das pragas dos eucaliptos. Pode também ser resultado de espécies arbóreas que não têm uma história evolutiva que as tenha adaptado de mecanismos de protecção, como é o caso do pinheiro bravo e a doença do nemátodo do pinheiro.

Por outro lado, alterações nos modos de gestão, alterações climáticas e a maior incidência de fogos têm contribuído para um aumento de pragas emergentes com ressurgimento de pragas nativas. Alterações resultantes de fogos florestais, da relação entre a planta e o insecto, e entre insectos com diferentes relações tróficas são alguns exemplos resultantes das mudanças em curso. O consequente estabelecimento de novas interacções entre as árvores e os agentes bióticos ou entre diferentes organismos poderá ter consequências importantes no estado sanitário das árvores.

Os investigadores do CEF têm vindo a desenvolver actividades de investigação que se destinam a compreender a ecologia destes fenómenos e desenvolver conhecimento que possa ser incluído na sua gestão como seja em ferramentas inovadoras de monitorização, estimativa de impacto e controlo.

No Seminário “Pragas e doenças emergentes em sistemas florestais” mostraram-se alguns dos trabalhos que são desenvolvidos nesta área por investigadores do CEF. Naturalmente, muitos deles resultam de colaborações com outros centros do ISA (LEAF e CEABN) e com investigadores de outras instituições nacionais (INIAV, RAIZ e Altri Florestal) e estrangeiras.

O evento inseriu-se no ciclo de sessões “Da investigação à aplicação” iniciado em 2014 pelo Centro de Estudos Florestais com o objectivo mostrar os resultados da sua investigação aos utilizadores.

Oradores e Apresentações

ABERTURA

Um caso único de especiação na processionária do pinheiro
Manuela Branco

PAINEL I. CONTROLO BIOLÓGICO DE PRAGAS DO EUCALIPTO
Moderadora: Manuela Branco (CEF/ISA)

Controlo biológico clássico do gorgulho-do-eucalipto: situação atual e perspectivas futuras
Carlos Valente

Prospecção de potenciais agentes de controlo biológico do gorgulho-do-eucalipto, na sua região nativa. Um caso de luta biológica clássica
André Garcia

PAINEL II. MONITORIZAÇÃO E IMPACTO
Moderador: Luís Leal (ALTRIFLORESTAL)

Avaliar o estado da floresta ao olhá-la por cima
Paula Soares

Pode o modelo 3PG ser utilizado para simular o impacto da desfolha? Primeiros testes
Margarida Tomé

PAINEL III. GESTÃO DAS ÁRVORES EM MEIO URBANO
Moderador: José Carlos Franco (CEF/ISA)

Observar e entender a árvore urbana
Ana Paula Ramos

Quando os fungos condicionam a gestão da árvore urbana: o caso de Inonotus rickii em Celtis australis
Filipa Maia

PAINEL IV. INTERACÇÕES ECOLÓGICAS
Moderador: Edmundo Sousa (INIAV)

Composição química do hospedeiro determinante na epidemiologia do nemátodo da madeira do pinheiro
Carla Pimentel

Importância das formigas nos ecossistemas florestais e agrícolas
Vera Zina

Presença e dinâmicas de insectos xilófagos em povoamentos florestais de sobreiro: efeitos do fogo e implicações para a gestão
Filipe Catry

MESA REDONDA
Moderadora: Manuela Branco (CEF/ISA)
Convidados: Manuel Rodrigues (ICNF), Edmundo Sousa (INIAV), Luís Leal (ALTRIFLORESTAL)

Livro de Resumos