Investigadores do ISA descobrem proteína que pode prevenir doenças
As doenças inflamatórias intestinais são consideradas um dos grandes problemas da população moderna, pois tendem a ser progressivas, gerando repercussões importantes na qualidade de vida de seus portadores, que acarretam alterações nos âmbitos social, psicológico e profissional.
Em Portugal cerca de 7.000 a 15.000 pessoas são afetadas por esta condição clínica.
Por outro lado, o cancro colorretal é um dos tipos de cancro mais comuns nos homens, e é o 3º cancro mais comum a seguir ao cancro da mama e da próstata, com uma taxa de incidência acima dos 30 casos por 100.000 habitantes em Portugal.
Assim é claro o valor da descoberta científica levada a cabo por uma equipa de investigação do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, liderada pelo professor catedrático Ricardo Boavida Ferreira e integrada pela Investigadora Ana Lima. A pesquisa inclui ainda uma aluna de doutoramento, Joana Mota, cuja tese de mestrado foi sobre esta descoberta: o potencial da deflamina, uma proteína bioativa existente no tremoço, na prevenção das doenças inflamatórias intestinais e do cancro colorretal.
Esta descoberta é feita no âmbito de um vasto projeto de investigação denominado “Plants for Health and Nutrition”, cujo trabalho consiste em desenvolver soluções inovadoras, com recurso à Biologia, no âmbito da saúde das plantas e dos seres humanos.
Esta equipa foi talvez a primeira a encontrar um inibidor de inflamação do tipo proteico, que tem a vantagem de poder ser introduzido na alimentação, sem toxicidade mas mantendo o seu valor bioativo, tal como foi feito em colaboração com duas Investigadoras e Professoras também da unidade de investigação financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia ‘Linking Landscape, Environment, Agriculture and Food’ (LEAF), Anabela Raymundo e Isabel Sousa, em que a deflamina foi adicionada a bolachas, projeto premiado com o BfK Awards, na edição de 2018 da competição Food and Nutrion Awards.
Em 1991, o Professor Ricardo Boavida Ferreira identificou a proteína BLAD, potente fungicida com atividade bio estimulante e bactericida, não tóxico, que já é comercializada nos Estados Unidos.
(https://expresso.sapo.pt/multimedia/expressotv/tremoco-fungicida-amigo-d...)
Além destas duas proteínas, foram também descobertas outras três substâncias de diferentes origens.
Este é mais um dos exemplos da ciência ao serviço da comunidade e do bem comum, que a Universidade de Lisboa e o Instituto Superior de Agronomia se orgulham de valorizar e reforçar.
Mais informações em: https://saudeonline.pt/2019/01/02/como-pode-o-tremoco-ajudar-na-prevenca...