2.ª Sessão do Ciclo de Conferências “Gestão Florestal, Território e Riscos Naturais - Montados, sobreirais e azinhais”
Data:17 abril 2019 :: 10:00 às 16:30
Local: Grândola, Cine Granadeiro
Durante algumas décadas, e até há não muitos anos, o contrato social proposto aos proprietários florestais era simples e vantajoso para eles. A memória não muito longínqua de um país desarborizado, sujeito a todas as consequências ambientais, económicas e paisagísticas dessa condição, e a convicção colectiva dos benefícios múltiplos de uma cobertura florestal significativa, justificaram, primeiro, apoios públicos generosos à florestação e, posteriormente, também à melhoria das condições em que se exercia a silvicultura.
No entanto, o advento de incêndios florestais progressivamente mais extensos, violentos e de consequências mais graves alteraram a percepção social relativamente aos méritos de quem cria e gere a floresta. Hoje, o proprietário florestal, antes de ser credor de reconhecimento e apoio na sua actividade, é destinatário de recriminações e exigências, infelizmente escassamente fundamentadas numa correcta percepção do problema com que o país se confronta e do contexto em que as actividades florestais se desenvolvem.
O alarme social provocado pelo agravamento dos incêndios e a incapacidade dos poderes públicos de o contrariarem têm motivado a urgência de uma actuação política que responda às percepções colectivas. Assim, o proprietário florestal vê-se hoje confrontado com imposições e limitações à sua liberdade de actuação que muitas vezes são tecnicamente injustificáveis, financeiramente incomportáveis ou, tão somente, injustas.
Nesta segunda sessão do ciclo de conferências "Gestão florestal, território e riscos naturais" que a Confederação dos Agricultores de Portugal leva a cabo, procurar-se-á contribuir para uma melhor compreensão pública da relevância dos sistemas de produção florestais mediterrânicos e dos desafios que se colocam na sua gestão, num contexto de rápida mudança do clima, drásticas alterações do uso do território rural, da sua população e das condições sociais e económicas em que a gestão da floresta ocorre.
O Município de Grândola, a Associação dos Agricultores de Grândola e o PEFC Portugal (Programa para o Reconhecimento da Certificação Florestal) associam-se no apoio ao evento, que conta com a presença de S. Ex.ª, o Presidente da República.
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