Diogo Raposo, Mestre em Engenharia Zootécnica – Produção Animal
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Diogo Raposo, Mestre em Engenharia Zootécnica, foi o autor principal de um poster apresentado na Conferência Aquaculture Europe 2013, o qual foi baseado no seu trabalho final de mestrado, após uma selecção prévia, para esse efeito.

O encontro decorreu na cidade norueguesa de Trondheim, de 10 a 12 de Agosto, tendo o ex-aluno igualmente participado na Feira Aqua Nor, também ela uma referência na área.

Esta viagem foi possível graças ao apoio da Associação dos Estudantes do Instituto Superior de Agronomia, que realizou uma candidatura ao Mecanismo de Financiamento do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) para apoio na referida apresentação.

O ISA congratula-se, assim, pelo êxito dos seus alunos, promovendo a sua divulgação e apoio.

O seu estudo consistiu na aplicação de um conceito de maneio aquícola em crescente desenvolvimento, a Aquacultura Multitrófica Integrada. Fundamentando-se no ecossistema, este conceito integra os cultivos de várias espécies de diferentes níveis tróficos. Os resíduos de uma espécie são recursos nutricionais para as outras presentes, os quais são assim valorizados e não despejados no meio natural. Tem sido proposto para a sustentabilidade das explorações aquícolas, em termos de mitigação dos seus efeitos ambientais, diversificação económica e aceitabilidade social. Neste caso, o trabalho prático foi realizado durante um período de intercâmbio na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil) e os organismos incorporados foram o camarão marinho e as macroalgas.

A formação de jovens técnicos em aquacultura, igualmente como a sua participação em encontros académicos da área, é de extrema importância para futuro desenvolvimento de Portugal, pois esses jovens desempenharão um papel crucial nos locais de decisão do futuro do nosso país e a aquacultura tem um enorme potencial de crescimento. O mar está profundamente enraizado na cultura e na gastronomia portuguesas, sendo os portugueses os terceiros maiores consumidores de pescado do mundo - consumo que dobra a média europeia. Portugal gere uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo. O país dispõe igualmente de uma localização geográfica privilegiada, na qual tem influência uma corrente mais quente com origem no Golfo do México, criando as condições naturais ideais para o desenvolvimento dos organismos marinhos e, consequentemente, beneficiando a sua diversidade e a qualidade dos produtos resultantes. Os melhores restaurantes mundiais reconhecem essa qualidade e consideram-os, muitas vezes, os melhores do mundo. Contudo, o país detém apenas 0,1% da produção em aquacultura e 1,6% das pescas europeias. Em Abril de 2013, a União Europeia, através da sua Comissária Maria Damanaki, apresentou a aquacultura como solução para o aumento da procura por produtos alimentares de origem aquática e para criação de novos postos de trabalho no espaço da União. Os países com maior região costeira – inclui-se Portugal – serão mais valorizados. Neste momento, a Europa importa 65% do que consome, sendo o restante 25% das pescas – que estão a sentir a exaustão dos recursos pesqueiros – e 10% da aquacultura.