Tarefa 1.
Coordenação do Projeto
Uma boa coordenação das várias atividades a serem realizadas no âmbito do projeto é a base para o seu sucesso. O desenvolvimento do projeto será realizado como um conjunto de atividades planeadas, cada uma com uma meta e um cronograma bem definidos. A estas actividades junta-se um conjunto de reuniões periódicas presenciais e online, para o bom acompanhamento do trabalho realizado e a realizar.
Equipas: ISA, IPB, Mel do Parque, Bota um cibo, UVigo
Tarefa 2.
Estabelecimento dos locais de monitorização e recolha de dados
Instalação e manutenção de apiários, em que a escolha dos locais teve em consideração a presença de povoamentos de Quercus pyrenaica num raio de 1,5 km (distância média de vôo) em torno de cada apiário, bem como uma exposição solar favorável (orientação sul). Estes apiários serão alvo de visitas regulares de acompanhamento, com vista a um bom maneio apícola. As amostragens de mel de melada recolhido nas colmeias instaladas serão utilizadas posteriormente na Tarefa 6. Paralelamente, serão colocadas estações meteorológicas automáticas para registar as variáveis meteorológicas como a temperatura do ar, humidade relativa, precipitação, radiação solar, velocidade e direção do vento.
Equipas: Bota um cibo, IPB, Mel do Parque
Tarefa 3.
Monitorização e amostragem da produção de bolota e de exsudados de seiva ao nível da árvore
Serão selecionadas árvores de Quercus pyrenaica ao redor de cada um dos quatro apiários instalados num procedimento de amostragem estratificada por classes de diâmetros. Em cada árvore serão medidos anualmente: diâmetro da árvore, altura da árvore, altura da base da copa viva da árvore, formato da copa e exposição da copa à luz solar. A fim de contabilizar a competição intraespecífica e interespecífica, serão medidas as árvores vizinhas e será feita a descrição das espécies de sub-bosque presentes. Isto permitirá o cálculo de vários índices de competição pela luz que, em última análise, podem ser relevantes para a produção de bolota e melada.
De Setembro a Novembro de cada ano, a produção de bolota será registada em peso fresco e seco. As amostras colhidas serão fornecidas à Tarefa 7.
De Maio a Setembro de cada ano, o exsudato de seiva produzido pela árvore será monitorizado, registado e distinguido de acordo com a sua origem: bolota ou outro (folhas, caule…). Estas amostras serão utilizadas na Tarefa 6.
Equipas: ISA, Bota um cibo
Tarefa 4.
Insetos produtores de melada em carvalhos
O objetivo desta tarefa será estudar quais as espécies e qual o ciclo de vida dos principais insetos produtores de melada (pulgões e cochonilhas) em carvalho-negral.
Em cada parcela experimental, em torno de cada um dos quatro apiários instalados (Tarefa 2), serão colocadas armadilhas para avaliar a curva de voo das principais espécies de insetos. As armadilhas serão substituídas semanalmente e os insetos contados e identificados em laboratório. Simultaneamente, em determinadas árvores de cada parcela, a entomofauna será recolhida usando a técnica de batimento de forma quinzenal. As amostras serão congeladas para matar os espécimes que, em seguida, serão classificados. Além disso, a cada quinze dias, serão colhidos galhos, um por árvore, em cada um dos campos experimentais. Em laboratório, serão identificadas as espécies presentes. Quando forem identificados insetos produtores de melada, a seiva produzida por eles será recolhida e sujeita a análise na Tarefa 6.
Os dados obtidos serão processados a fim de calcular descritores estruturais de biodiversidade e análises multivariadas serão utilizadas para explicar a variação da biodiversidade de acordo com as características das parcelas e áreas circundantes.
Os resultados desta tarefa, em conjunto com os da Tarefa 5, serão cruciais para definir a origem da melada de carvalhos, em particular do carvalho-negral, e um requisito a ser usado na Tarefa 6 de forma a permitir encontrar marcadores específicos no mel dos fatores de produção.
Equipas: IPB, UVigo
Tarefa 5.
Modelação da produção de bolota e de exsudatos de seiva ao nível de árvore
Esta tarefa será desenvolvida usando os conjuntos de dados recolhidos nas Tarefas 2 e 3. O trabalho realizado concentrar-se-á no desenvolvimento de modelos de produção ao nível da árvores para a produção de bolota e de exsudatos de seiva. Estes modelos serão independentes da idade da árvore, uma vez que é desconhecida na maioria da floresta de Quercus pyrenaica do PNM, garantindo-se a usabilidade dos modelos, ao nível da árvore, tanto para povoamentos regulares como irregulares.
Em relação aos modelos de produção de exsudatos de seiva, a revisão da literatura mostra uma falta de estudos anteriores, em particular para as espécies de carvalho. Metodologias alternativas de modelação serão desenvolvidas e testadas considerando a origem dos exsudatos de seiva.
Os modelos resultantes serão incluídos no simulador florestal StandSIM, incluído na plataforma sIMFLOR, já estabelecido e disponível online, com mais de 600 utilizadores registados através do site da FcTools (http://www.isa.ulisboa.pt/cef/forchange/fctools/).
Finalmente, aproveitando as medições efectuadas no decorrer do projecto, os modelos de crescimento já publicados para Quercus pyrenaica, tanto em áreas florestais de Portugal como de Espanha, serão validados estatisticamente. Isto incluirá os modelos utilizados pelo simulador de crescimento florestal FlorNExT, disponível online (http://flornext.esa.ipb.pt/).
Equipas: ISA, IPB
Tarefa 6.
Caracterização dos exsudados de seiva e do mel de melada de Quercus pyrenaica
O objetivo desta tarefa será identificar a composição dos exsudados de seiva produzidos pela árvore (bolota e outros) ou segregados por afídeos (Tarefas 3 e 4) juntamente com o mel de melada produzido pelas abelhas (Tarefa 2) a partir desses exsudados, numa abordagem de discriminação de origem para a autenticação deste tipo de mel de melada.
Diferentes parâmetros químicos serão avaliados para encontrar especificidades. Além disso, a qualidade dos méis será determinada através das análises físico-químicas padrão. A identificação melissopalinológica será verificada para confirmação dos elementos de melada para este tipo de méis. Por serem méis de melada ricos em compostos bioativos, a atividade antioxidante também será medida.
No final desta tarefa espera-se encontrar marcadores químicos específicos que permitirão correlacionar o mel com a sua origem botânica, aumentando seu valor comercial.
Equipas: IPB, UVigo, ISA
Tarefa 7.
Identificação nutricional da bolota
Será avaliada a composição e potencialidades nutricionais da bolota de Quercus pyrenaica. Após a recolha da bolota na Tarefa 3, os frutos serão separados e limpos de todas as impurezas, separados da casca e, em seguida, pulverizados com um moedor elétrico. O pó obtido será liofilizado e armazenado até à análise. Vários parâmetros serão avaliados, como teor de água; cinzas; teor de amido; proteínas; açúcares; minerais; compostos fenólicos e voláteis; fração lipídica; perfil de ácidos gordos; vitamina E.
Para identificar as especificidades das bolotas de Quercus pyrenaica, a sua composição será comparada com a de bolotas de outras espécies de Quercus, algumas já exploradas comercialmente.
Ao concluir esta tarefa, será conhecida a caracterização química e valor nutricional da bolota de carvalho-negral, um conhecimento importante a ser levado em consideração no desenvolvimento de produtos alimentícios inovadores, contribuindo para aumentar o uso deste produto natural, para além da já conhecida alimentação animal.
Equipas: IPB, ISA
Tarefa 8.
Desenvolvimento de produtos alimentícios inovadores por meio da transformação da bolota
A bolota e os seus componentes têm sido alvo de um interesse renovado devido às suas características nutricionais e fitoquímicas. Esta tarefa visa desenvolver produtos alimentícios inovadores derivados da bolota de Quercus pyrenaica, especificamente óleo de bolota e pão de bolota. Antes de cada procedimento será avaliado um processo de lixiviação, se necessário, para retirar os taninos das bolotas e assim reduzir o amargor do paladar.
A produção de óleo seguirá duas abordagens: extração de óleo de toda a bolota e das partes separadas, caroço e casca externa. O óleo será recuperado separando-o da fase aquosa presente no fruto após o esmagamento. Serão avaliados parâmetros padrão, qualidade nutricional e os compostos bioativos.
Após a produção da farinha, será cozido pão fortificado com diferentes % de farinha de bolota (1,5 a 10%). Serão avaliados quanto a cor, volume, densidade, textura, características do grão do miolo e avaliação sensorial, assim como outras medidas físico-químicas complementares.
Equipas: IPB
Tarefa 9.
Comunicação e divulgação dos resultados do projeto
Pretende-se aumentar o conhecimento sobre a espécie, o ecossistema, a importância e potencial do carvalho-negral (Quercus pyrenaica) junto das comunidades locais e do público em geral (comunicação), e garantir a transferência efetiva de conhecimento aos utilizadores finais dos resultados do projeto (disseminação).
Recorrer-se-á à criação e atualização do site do projeto, e divulgação nos sites institucionais e redes sociais. Proceder-se-á à preparação de artigos técnicos em revistas temáticas nacionais, de brochuras técnicas, e de artigos científicos. Participaremos em eventos e conferências nacionais e internacionais de relevo e com interesse relativamente à temática do projeto.
O Agrupamento de Produtores de Mel do Parque terá um papel fundamental na comunicação dos eventos programados e na divulgação da informação produzida através da sua rede de produtores associados, contribuindo para que os resultados cheguem aos principais stakeholders interessados da região, os apicultores.
Equipas: ISA, IPB, Mel do Parque, Bota um cibo, UVigo