COORDENAÇÃO: Centro de Sistemas Urbanos e Regionais, Instituto Superior Técnico (CESUR/IST/UTL).
EQUIPA CEABN: Ana Luísa Soares, Conceição Colaço, Francisco Moreira, Inês Fontes, Pedro Vaz e Susana Dias.
OUTRAS INSTITUIÇÕES: Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território (Dinâmia/CET-IUL/ISCTE-IUL); Instituto de Engenharia de Estruturas, Território e Construção (ICIST/IST/UTL).
As áreas peri-urbanas carecem de uma definição conceptual e geográfica adequada. Estamos perante áreas que integram características dos territórios urbanos e rurais e estão localizadas entre os centros urbanos e a paisagem rural. A abordagem clássica do planeamento tem perspectivado estas áreas enquanto espaços de expansão urbana e de localização de infraestruturas regionais e trans-regionais. A natureza dinâmica destas áreas foi identificada há uns anos (EEA 2002, 2006). A urbanização crescente tem conduzido ao desaparecimento de actividades tradicionais: a agricultura, floresta e os espaços naturais, ainda que objecto de instrumentos de política e de planeamento próprios, foram negligenciados pelo planeamento espacial clássico. No caso português, algumas das regiões que apresentam maior competitividade agrícola estão localizadas dentro ou na proximidade das áreas metropolitanas. A chamada de atenção para as áreas peri-urbanas deve ser considerada no contexto dos desafios globais actuais como as migrações crescentes para os centros urbanos, o combate e adaptação às alterações climáticas, ou a necessidade em lidar com a segurança alimentar. Estes desafios são tanto mais prementes se considerarmos que estamos a reportar-nos a mais de metade da população, na Europa e em Portugal.
O principal objectivo deste projecto consistiu na avaliação das potencialidades das áreas peri-urbanas no contexto dos desafios futuros relativos ao desenvolvimento sustentável num mundo em mudança. O projecto adoptou uma abordagem prospectiva das áreas peri-urbanas da Área Metropolitana de Lisboa (AML), partindo da sua especificidade em termos ambientais, sociais, económicos e institucionais. A incerteza relativa à procura destes territórios no futuro fundamenta a exploração do papel destas áreas em termos do desenvolvimento sustentável ao nível regional e local.
A inovação deste projecto consistiu na perspectiva adoptada dado que reconheceu a natureza específica das áreas peri-urbanas assim como das áreas envolventes no âmbito de uma abordagem multidisciplinar e participada. Com efeito, e para além da diversidade de disciplinas que integra, o projecto considerou o contributo de actores externos como elementos centrais nas principais etapas do projecto, permitindo um enriquecimento mútuo em termos conceptuais e metodológicos e uma relação permanente com os territórios em análise.
O projecto PERIURBAN teve início em Março de 2011 e uma duração de 36 meses.