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COORDENAÇÃO: Francisco Castro Rego (CEABN).

EQUIPA CEABN: Amar Madoui, Ana Santos, Carla Santos, Diana Feliciano, Filipe Catry, Francisco Moreira, Joaquim Sande Silva, Marjorie Kauffmann, Miguel Bugalho, Miguel Cardoso, Patrícia Azeiteiro, Pedro Henriques, Ricardo Silva, Tânia Braz e Tito Lopes.

Apesar de os incêndios a nível nacional representarem anualmente importantes perdas em termos ambientais, sociais e económicos, poucos estudos têm sido desenvolvidos no sentido de avaliar a capacidade de auto-regeneração das diferentes espécies florestais autóctones em áreas ardidas.

Este trabalho teve como objectivo contribuir para um melhor conhecimento das taxas de sobrevivência de diversas espécies em função da intensidade do fogo, a forma e a velocidade a que a regeneração natural se processa, e ainda avaliar os impactes que os herbívoros silvestres (nomeadamente o veado e o gamo) têm sobre o desenvolvimento dessa mesma regeneração.

O trabalho de monitorização decorreu na Tapada Nacional de Mafra, após um incêndio que em Setembro de 2003 devastou cerca de 3000 hectares de área florestal e agrícola do concelho de Mafra, e cerca de 70% da área total da Tapada. Financiado desde Abril de 2005 pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (POCI/AGR/61407/2004).  

Objectivos:

A capacidade de resposta das plantas ao fogo varia em função da interacção entre uma série de factores como a severidade do fogo, as características do local e as características de cada planta. A capacidade de regeneração das comunidades vegetais no período após o fogo depende ainda de factores ambientais diversos e da intensidade de ocorrência de factores adicionais de perturbação, como por exemplo o pastoreio.

O conhecimento sobre as respostas das árvores após um incêndio e a sua interacção com os herbívoros é de grande importância para a gestão florestal e para o sucesso da recuperação de áreas ardidas, porém, esse conhecimento é ainda muito reduzido ou quase nulo no que se refere a diversas espécies mediterrânicas que ocorrem em Portugal.

O principal objectivo deste estudo consistiu na avaliação da capacidade de resistência de onze espécies de árvores após um incêndio e da evolução da regeneração durante os primeiros anos.

Em concreto pretendeu-se contribuir para responder a questões tais como:

  • Quais são as espécies mais e menos resistentes ao fogo e quais as suas percentagens de sobrevivência?
  • Quais as estratégias de regeneração que cada espécie adopta após o incêndio?
  • Quais as espécies que recuperam mais depressa e quais os crescimentos alcançados durante os primeiros anos?
  • Após um incêndio até que ponto podem os grandes herbívoros constituir um factor limitante à regeneração natural e à diversidade das espécies existentes?
  • Na recuperação de uma área ardida qual a operação com maiores benefícios: plantação de novas árvores ou aproveitamento da regeneração natural?

ACÇÕES DE DIVULGAÇÃO DA ACTIVIDADE CIENTÍFICA:

Publicações e Comunicações:

• Catry, F., Bugalho, M. & Silva, J. (2007). Recuperação da Floresta após o fogo. O caso da Tapada Nacional de Mafra. 36 pp. CEABN-ISA, Lisboa.

Para mais informações sobre os objectivos e resultados do projecto faça o download desta brochura: aqui.   

• Catry, F.X., Rego, F., Bugalho, M., Lopes, T., Silva, J. & Moreira, F. (2007). Post-fire tree mortality and regeneration in a mixed forest: evaluating the cumulative impacts of herbivory. In: Rokich, D., Wardell-Johnson, Yates, C., Stevens, J., Dixon, K., McLellan, R. & Moss, G. (Eds.). Proceedings of the International Mediterranean Ecosystems Conference - Medecos XI 2007, pp: 45-46. Kings Park and Botanic Garden, Perth, Australia.

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• Catry, F.X., Bugalho, M., Lopes, T., Rego, F.C., & Moreira, F. (2007). Post-fire effects of ungulates on the structure, abundance and diversity of the vegetation in a Mediterranean Ecosystem. In: Rokich, D., Wardell-Johnson, Yates, C., Stevens, J., Dixon, K., McLellan, R. & Moss, G. (Eds.). Proceedings of the International Mediterranean Ecosystems Conference -Medecos XI 2007, pp: 43-44. Kings Park and Botanic Garden, Perth, Australia.

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• Catry, F.X., Rego, F.C., Bugalho M.N., Lopes T., Silva, J.S. & Moreira, F. (2006). Effects of fire on tree survival and regeneration in a Mediterranean ecosystem. ForestEcology and Management, Vol. 234S: 197.

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• Catry, F.X. Rego, F.C., Bugalho, M.N., Lopes, T., Silva, J.S. and Moreira, F. (2006). Effects of fire on tree survival and regeneration in a Mediterranean ecosystem. In: Viegas, D.X. (Ed.). Proceedings of the 5thInternational Conference on Forest Fire Research. CD Rom (5 pp.). ADAI, Figueira da Foz.

Download: Versão completaPoster   

• Catry, F.X. (2006). Efeitos do fogo na vegetação. Resumos do Seminário ‘A Ecologia do Fogo: dos incêndios florestais aos fogos controlados'. TNM - ISA, Mafra.

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• Moreira, F., Acácio, V. & Catry, F. (2006). The effects of fire on cork oak. Resumos do Seminário 'The vitality of cork and holm oak stands - Current situation, state of knowledge and actions to take'. Organização: DGRF - FAO - WWF, Évora.

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• Silva, J.S. and Catry, F.X. (2006). Forest fires in cork oak (Quercus suber L.) stands in Portugal. International Journal of Environmental Studies. Vol. 63 (3): 235-257.

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Outros:

• 1ª e 2ª Edição do Curso Avançado de Gestão e Recuperação de Áreas Ardidas. Colaboração na organização da 1ª e 2ª Edição do Curso, promovido pelo Instituto Superior de Agronomia, que incluíram uma visita de um dia à Tapada Nacional de Mafra para ver in loco a recuperação da vegetação após o fogo, tendo sido apresentados os objectivos e os resultados preliminares do projecto. Lisboa, Novembro 2005 e 2006.

• Jornadas Técnicas ‘Cork Oak Forests Restoration After Forest Fires' - Jornadas Técnicas organizadas pelo WWF e IPROCOR em Espanha.Apresentação aos participantes dos objectivos e resultados preliminares do projecto. Comunicação oral a convite intitulada ‘Avaliação da resistência de diferentes espécies arbóreas ao fogo'. 23-24 Janeiro 2006. Mérida, Espanha.

Download: Comunicação   

• Participação na organização do Seminário ‘A Ecologia do Fogo: dos incêndios florestais aos fogos controlados', em parceria com a Tapada Nacional de Mafra. 25-26 Maio 2006. Mafra.

Resumo dos principais objectivos atingidos:

Os principais objectivos propostos no âmbito deste projecto foram atingidos, sendo possível responder às principais questões que foram inicialmente colocadas.

a) Foram identificadas as espécies arbóreas mais resistentes ao fogo e determinou-se a percentagem de mortalidade/sobrevivência relativa a cada uma das 11 espécies monitorizadas;

b) Identificaram-se as estratégias de regeneração que as árvores adoptam após um incêndio, em função da espécie e da severidade do fogo;

c) Foram identificadas as espécies que recuperam mais depressa após um incêndio, e determinaram-se os crescimentos da regeneração natural;

d) Concluiu-se que os ungulados silvestres podem impedir a regeneração natural da maior parte das espécies arbóreas após um incêndio, e identificaram-se as espécies mais afectadas;

e) Concluiu-se que as melhores opções de gestão na recuperação de uma área ardida, passam pelo favorecimento da regeneração natural, sempre que esta esteja presente, e que esta opção tem diversas vantagens relativamente à plantação, que constitui a opção actualmente mais usada.

Informação Relacionada:

• Bugalho, M,N., Lecomte, X., Pile, S., Caldeira, M.C.B. (2006). Efeito dos cervídeos na regeneração arbórea e composição florística de uma pastagem. Revista de Ciências Agrárias, XXIX: 145-162.

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• Catry, F.X. (1999). Impacte provocado por diferentes densidades de veado (Cervus elaphus) sobre a regeneração natural do sobreiro (Quercus suber): um factor a ter em conta na gestão de Áreas Protegidas. Resumo In: Instituto da Conservação da Natureza (Ed.) Comunicações do IV Congresso Nacional de Áreas Protegidas: 189. ICN, Lisboa.

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