As interacções de longo prazo entre cultura e natureza deram origens a uma grande variedade de paisagens na Europa, que por sua vez têm diferentes relações com os incêndios. Para projetar políticas de prevenção de incêndios mais eficazes é necessário analisar o padrão espacial dos incêndios e sua relação com os vários elementos da paisagem.
Neste trabalho foram construídas duas tipologias a partir de variáveis biofísicas (morfologia do solo) e socioeconómicas (uso do solo, intensidade da gestão, composição pecuária, estrutura fundiária e demografia) para avaliar a suscetibilidade da paisagem ao fogo à escala nacional para Portugal Continental. As tipologias para as variáveis biofísicas e socioeconómicas foram construídas tomando como unidade de análise a freguesia (dados espaciais e censitários estão disponíveis neste nível) e posteriormente comparadas com dados históricos de incêndios (área ardida de 1990-2017).
Através da identificação de diferentes tipos onde a incidência de fogo é maior (preferida) ou menor (evitada), um dos principais objetivos deste estudo foi a classificação da suscetibilidade de cada combinação entre os tipos biofísico-socioeconómico para priorizar acções de transformação da paisagem.