A Quinta da França (QF) é uma propriedade agro-silvo-pastoril com 506.2 ha, que se situa na Cova da Beira, concelho da Covilhã, e é gerida pela Terraprima – Sociedade Agrícola, Lda. É uma propriedade que detém uma significativa diversidade paisagística e onde a produção pecuária assume particular importância. É ladeada pelo rio Zêzere, no seu limite Poente, pela Ribeira de Caria, no seu limite Sul, e atravessada por uma via ferroviária, a linha da Beira Baixa, e uma via rodoviária, a auto-estrada da Beira Interior – A23.
No que diz respeito à actividade agro-pecuária, e entre as culturas forrageiras, destacam-se as pastagens permanentes e temporárias e as culturas anuais, como o milho. O efectivo pecuário é composto principalmente por ovinos e bovinos.
No que respeita à ocupação florestal, o bosque de carvalho-negral (Quercus pyrenaica) com sub-coberto de giestal (Cytisus multiflorus) é a formação dominante, havendo ainda parcelas significativas de pinheiro-bravo (Pinus pinaster), e de eucalipto (Eucalyptus globulus). A QF tem vegetação ripícola constituída principalmente por amieiro (Alnus glutinosa) e algum salgueiro-anão (Salix atrocinerea). Existem também linhas de freixo (Fraxinus angustifolia).
Os principais problemas ambientais identificados dizem respeito à falta de estabilidade das margens ribeirinhas, principalmente em alguns troços do rio Zêzere, onde se verifica significativa erosão hídrica, levando ao desenraizamento da galeria de amieiros. Este problema tem sido agravado pela infeccção desta espécie com Phytophthora sp. e outros agentes patogénicos, o que tem levado à morte de um número significativo de indivíduos.
Ainda relativamente a questões fitossanitárias relevantes, e no que diz respeito aos povoamentos de pinheiro-bravo, é possível identificar a presença de processionária (Thaumatopoea pityocampa Schiff).
Outro problema ambiental identificado é o das plantas invasoras, já que em alguns locais da QF é possível encontrar povoamentos espontâneos de acácia (Acacia dealbata).
No passado, a ocorrência esporádica de incêndios em diversos pontos da QF levou a algum grau de homogeneização do sub-coberto, verificado especialmente na zona de bosque de carvalho-negral, hoje dominado por giestais.
Aplicação do Modelo FIRELAN
O modelo FIRELAN está a ser aplicado e desenvolvido a esta escala local.
O objectivo da fase que actualmente se encontra em desenvolvimento diz respeito à aferição da Proposta de Usos Potenciais tendo em conta a escala deste caso de estudo (escala local ou da propriedade). Deste modo, os usos sugeridos pelos resultados da aplicação do modelo FIRELAN estão a ser aferidos através d
a avaliação da sua aptidão, usando dados mais concretos recolhidos no terreno. Isto permitirá também obter resultados com maior detalhe no que diz respeito ao Plano de Transformação da Paisagem.