Projetos finalizados

Os sistemas agroflorestais (SAF) são um tipo de prática de agricultura frequentemente designada por climate-smart agriculture (CSA), que integra deliberadamente vegetação lenhosa (árvores ou arbustos) com culturas agrícolas e/ou produção animal, por forma a beneficiar das interações ecológicas e económicas resultantes. Baseando-se na relevância económica e ambiental desta actividade, um consórcio de 13 parcerios de 9 países Europeus lançou o projeto AFINET (Redes de inovação em agroflorestas), uma rede temática destinada a promover a troca e a transferência de conhecimento entre cientistas e profissionais dedicados ao tema dos sistemas agroflorestais (agricultores, gestores etc). O projeto AFINET atuará ao um nível europeu por forma a promover a adoção de conhecimento científico na prática da gestão agroflorestal, e para promover ideias inovadoras para encarar desafios e resolver problemas. Para atingir este objetivo, ao projeto AFINET propõe uma metodologia inovadora baseada em: (i) Criação de uma rede Europeia inter-regional, composta por 9 “Redes Regionais para a Inovação das Agroflorestal” (RAINs), criadas em regiões estratégicas da Europa (Espanha, Reino Unido, Bélgica, Portugal, Itália, Hungria, Polónia, França e Finlândia), interconetadas e articuladas através da figura designada por Innovation Broker (IB). As RAINs representam diferentes condições climáticas, geográficas, sociais e culturais. Na sua constituição incluem uma representação equilibrada de agricultores, decisores políticos, gestores e consultores do setor agroflorestal, serviços de extensão, etc. (ii) Criação de um repositório Europeu de conhecimento científico e aplicado em SAF, em formato amigo do utilizador (“Knowledge Cloud”), onde toda a informação recolhida e materiais criados ao longo do projeto serão disponibilizados.

O objectivo principal do projecto é disseminar/incentivar prácticas agroflorestais na Europa que promovam o desenvolvimento rural sustentável, isto é, o aumento da competitividade e a melhoria das condições sociais e ambientais das explorações. O projecto envolve duas instituições internacionais e mais de 23 universidades, institutos de investigação e organizações de agricultores/produtores na Europa. Para atingir essa finalidade, o projecto tem quatro objectivos:

• Conhecer o contexto e a extensão dos sistemas agroflorestais na Europa;
• Identificar, desenvolver e testar inovações no campo para melhorar os benefícios e a viabilidade dos sistemas agroflorestais na Europa;
• Avaliar designs e práticas agroflorestais inovadoras em locais onde a agrofloresta não está actualmente presente ou está em declínio e quantificar as oportunidades para sua aceitação à escala do parcela, da propriedade da paisagem;
• Promover a adopção alargada de sistemas agroflorestais adequados na Europa através do desenvolvimento de políticas e da disseminação.

Este projeto visa reunir o estado da arte em conhecimento multidisciplinar em modelação e métodos de planeamento da gestão de ecossistemas florestais e em mecanismos de pagamento de serviços florestais não transacionados no mercado. Pretende desenvolver ferramentas que possam apoiar os decisores a enfrentar os desafios atuais do setor florestal. Especificamente pretende-se realizar a síntese interdisciplinar necessária para operacionalizar novos paradigmas de gestão de ecossistema florestais, fortalecer a liderança industrial e oferecer a base de conhecimento necessária para promover a oferta de serviços dos ecossistemas florestais não transacionados no mercado e a sustentabilidade da floresta, num contexto de procura crescente de produtos florestais.

A interação planta-planta influencia fortemente a dinâmica da comunidade vegetal e a estrutura do ecossistema. Isto é particularmente verdadeiro em montado de sobreiro, um sistema complexo que inclui uma ou mais camadas de vegetação natural ou plantada no subcoberto. Os dados serão recolhidos em conjuntos de parcelas especificamente estabelecidas para este projeto. Os locais serão escolhidos em situações contrastantes, estabelecendo-se em cada local conjunto de parcelas às quais serão aplicados tratamentos distintos: com ou sem mato, com ou sem pastagem, com ou sem fertilização, ou outras operações de gestão com impacto nas interações individuais. O objectivo não é apenas medir o efeito da competição local no crescimento, mas também contribuir para a explicação dos mecanismos subjacentes. O resultado operacional será a inclusão da interação entre os sobreiros e a vegetação circundadente no modelo SUBER, utilizado pelos gestores florestais como apoio ao planeamento da gestão. Esta melhoria do modelo foi identificada como prioritária pelos gestores florestais nos workshopos de divulgação do modelo realizados nos últimos anos.