No próximo Seminário CEF/CEABN vamos ficar a saber como a metabolómica pode ajudar a compreender as respostas das árvores às alterações climáticas.
“Mass Spectrometry-Based Forest Tree Metabolomics: metabolite responses to a changing climate” é o título do Seminário CEF/CEABN que terá lugar dia 9 de outubro, das 12h30 às 13h30, no Salão Nobre do Instituto Superior de Agronomia (ISA).
A Coordenadora do Laboratório em Metabolómicos Vegetais e Investigadora Associada do Centro de Estudos Florestais (CEF), do Instituto Superior de Agronomia (ISA), da Universidade de Lisboa, Carla António, abordará como a metabolómica pode ajudar a compreender as respostas das árvores às alterações climáticas – um tema essencial para a proteção das nossas florestas e da biodiversidade.
As florestas são de importância vital não só porque são fonte de uma vasta gama de produtos de valor económico, mas também porque os ecossistemas florestais prestam serviços cruciais à humanidade, incluindo a preservação da biodiversidade, a qualidade do solo e da água, o ciclo do carbono, a regulação do clima e a atenuação das alterações climáticas. Os métodos metabolómicos na investigação das árvores florestais são particularmente limitados, dado o longo ciclo de vida, a grande dimensão do genoma e a falta de ferramentas genómicas das espécies florestais. No entanto, desde os grandes avanços genómicos na investigação das árvores florestais (por exemplo, a disponibilidade da primeira sequência do genoma de uma árvore, Populus trichocarpa, em 2006), os estudos metabolómicos em espécies florestais têm suscitado um interesse crescente.
Neste domínio, a metabolómica representa uma oportunidade única para explorar as vias metabólicas e de desenvolvimento das árvores florestais em resposta a danos críticos associados às alterações climáticas globais (abióticas/bióticas). Os fenómenos de stress abiótico podem devastar as florestas, enquanto os fenómenos de stress biótico, associados a pragas de insetos florestais e a surtos de agentes patogénicos, podem afetar gravemente as respostas imunitárias das árvores. No seu conjunto, estes fatores de stress ambiental promovem a propagação de doenças das árvores e, eventualmente, conduzem à sua mortalidade.
Aprofundar a compreensão dos mecanismos de defesa envolvidos na resiliência das árvores florestais às alterações climáticas é, portanto, crucial para o desenvolvimento de estratégias que melhor garantam a proteção das nossas florestas, da sua biodiversidade e, em última análise, de nós próprios.