Equipa de investigadores portugueses desenvolveu um estudo sobre a modelação ecológica do medronheiro na região do Mediterrâneo em cenários de aquecimento global, que aponta para uma diminuição da presença da espécie na bacia do Mediterrâneo e na Península Ibérica.
Os resultados do estudo foram apresentados pela Professora Maria Margarida Ribeiro, membro do CEF, docente na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco (ESA-IPCB) e líder do Grupo de Macroecologia da ESA-IPCB, na conferência ‘Early Career Biogeographers Conference of the International Biogeography Society’, em Amesterdão.
A comunicação dos resultados foi desenvolvida em coautoria com os elementos do CEF Maria João Martins e Manuel Lameiras Campagnolo, e os docentes do IPCB Paulo Fernandez, Teresa Albuquerque e José Carlos Gonçalves, da bolseira Alice Maria Almeida e do investigador Saki Gerassis da Universidade de Vigo. A apresentação teve como título MaxEnt modelling to predict current and future distributions of Arbutus unedo L. under climate change in the Mediterranean region.
As conclusões apontam para que no futuro ocorra uma diminuição da presença da espécie na bacia do Mediterrâneo e na Península Ibérica, em particular. Num cenário mais severo a diminuição da espécie será mais acentuada, ultrapassando o limite do aumento de 1,5°C na temperatura global.
Este resultado é preocupante, porque esta espécie se encontra muito bem-adaptada à região e, por inferência, o impacto em outras espécies naturais igualmente bem-adaptadas poderá ser semelhante.
A desertificação da Península Ibérica já é uma realidade e, no futuro, se nada for feito, prevê-se que essa desertificação tenha contornos muito preocupantes
O estudo surgiu no seguimento da última cimeira do clima em Glasgow, a COP26, que levou os investigadores a questionarem as causas, os impactos e as consequências das alterações climáticas numa espécie Mediterrânica, o medronheiro.