Artigo CEF sobre os efeitos da pressão humana na evolução histórica da morfologia do Tejo.

O rio Tejo perdeu diversidade morfológica ao longo dos últimos 150 anos. Esta é a principal conclusão do estudo desenvolvido pelas equipas ForProtect e ForEco do Centro de Estudo Florestais publicado na revista Catena.

Com o objectivo de reconstruir as trajectórias de alteração morfológica no Tejo português e avaliar as consequências da crescente regularização hidrológica (construção de barragens) e das mudanças de uso do solo, o estudo analisou a morfologia do rio desde o Séc. XIX ao Séc. XXI.
Incidiu em três períodos diferentes (1855, 1940 e 2000) e em três zonas distintas do rio (Zona Alta, entre Vila Velha de Ródão e Belver, Zona Média, entre Belver e Constância e Zona Baixa, entre Constância e Vila Franca de Xira).

Representação esquemática da evolução morfológica do Rio Tejo e das alterações do uso do solo proximal, em cada zona fluvial, desde o séc. XIX ao séc. XXI

Os resultados mostram alterações morfológicas significativas caracterizadas pela redução de ilhas e de bancos, estreitamento do canal, redução da sinuosidade e abandono dos braços fluviais laterais.
Na sua maioria, estas alterações estão relacionadas com a diminuição dos caudais de cheia e com a redução de sedimentos causada pela crescente construção de barragens. Por outro lado, a intensificação agrícola, o aumento das florestas de produção e a diminuição dos matos Mediterrânicos são também factores responsáveis pelas alterações na dinâmica de sedimentos e na conectividade ribeirinha.

A Zona Alta apresentou a maior quebra de diversidade morfológica, enquanto a Zona Média mostra padrões de elevada variabilidade. A Zona Baixa reflecte mudanças contínuas mas menos pronunciadas.

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https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0341816220300151