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Um novo estudo de Rui Morgado e colegas está agora disponível, centrado nos factores explicativos, dinâmica de uso do solo e impactes da intensificação da olivicultura na biodiversidade, utilizando a região do Alentejo como caso de estudo (link para acesso ao texto integral: https://authors.elsevier.com/a/1f2pEcUG5OuAC)
Nos últimos 30 anos, a olivicultura conheceu um processo de intensificação rápido e em grande escala em todo o Mediterrâneo, moldando as paisagens agrícolas mediterrânicas com impactes associados na biodiversidade e nos serviços dos ecossistemas. Neste estudo, os autores analisaram os padrões espaciais da expansão do olival irrigado no Alentejo (Sul de Portugal) entre 1990 e 2017, investigando os factores impulsionadores, a dinâmica da cobertura vegetal e os potenciais impactos desse processo na biodiversidade. Constataram que a expansão foi feita principalmente à custa de culturas anuais de sequeiro (63%) e, em menor grau, de olivais tradicionais de sequeiro (21%). A mudança foi impulsionada principalmente pelo efeito combinado da disponibilidade de água de irrigação pública e de explorações agrícolas suficientemente grandes, embora outros factores relacionados com restrições legais à mudança do uso do solo, contexto biofísico, e gestão anterior do solo também tenham estam estado envolvidos. Mostram também que durante este período as transições de uso do solo associadas à expansão da olivicultura intensiva foram as mais prejudiciais para importantes valores de biodiversidade desta região (aves estepárias), quando comparadas com transições de uso do solo alternativas. Ao fornecer uma visão quantitativa dos mecanismos subjacentes e das consequências ambientais do processo de intensificação da olivicultura que actualmente afecta as paisagens agrícolas mediterrânicas ricas em biodiversidade, este estudo fornece informação valiosa que pode ser utilizada pelos decisores para melhor planear e gerir esta expansão em curso.

Quarta-Feira, 11 de Maio de 2022